Pelotas
Um teto de madeira para os animais de rua
Por meio de uma parceria com o Presídio Regional de Pelotas (PRP), as pequenas “residências’ são construídas por detentos que trabalham na marcenaria da penitenciária
Paulo Rossi -
Sorriso é uma simples maneira de expressar felicidade. E é, também, o nome dado ao cão comunitário que é cuidado pelos moradores da rua Alcides Velleda, nas Três Vendas. Na tarde desta quarta-feira (26) o animal recebeu uma casinha para se abrigar e enfrentar as baixas temperaturas que chegam à região. A doação foi feita através do projeto Meu Cão, Minha Vida, que consiste em entregar moradias para os tutores de cachorros que vivem nas ruas da cidade. Por meio de uma parceria com o Presídio Regional de Pelotas (PRP), as pequenas “residências’ são construídas por detentos que trabalham na marcenaria da penitenciária.
A iniciativa de presentear os animais, muitas vezes abandonados, é do jovem Juan Lopes, 24. “Eu comecei fazendo as casinhas, há pouco mais de um mês. Daí surgiu a ideia de vir ao presídio para ver a possibilidade de contar com a mão de obra prisional e fui muito bem recebido”, conta. Até o momento, cinco cachorros comunitários foram contemplados com as moradias. O diretor do PRP, Fluvio Bubolz, revela que já cuida de cães em sua vida pessoal e esta proposta serviu como oportunidade para os detentos. “Existe um certo preconceito com os presos, pelo fato de terem cometido delitos. Mas apesar de tudo são pessoas e essa é uma chance que eles terão para contribuir para o bem da cidade”, fala. Bubolz destaca que a prioridade dos dois homens que trabalham na marcenaria é com as necessidades do presídio e, quando possível, se dedicam às casinhas de madeira.
Jéssica Bastos colabora com o Meu Cão, Minha Vida e explica que a entrega das pequenas casas são realizadas por ordem de pedido ou necessidade, com prioridade a gestantes. “A primeira que nós entregamos foi na Guabiroba. A cadelinha entrou e não quis mais sair. Ela tinha sido maltratada, tava com parte do corpo queimada e tinha medo de sair da casinha”, diz. De acordo com Juan, a partir da solicitação das moradias é realizada uma visita para analisar as condições do animal e dos protetores, a fim de evitar injustiças nos critérios de distribuição.
Silvana Almeida, moradora que solicitou a casinha para Sorriso (citado no início da reportagem), demonstrou satisfação com o presente. “Ele vive por aqui há oito anos, antes mesmo de construírem esses prédios, e nunca teve um lar. Agora vou botar na porta da minha casa e colocar um cobertorzinho para ele se aquecer. Veio na hora certa”, comenta. A moradia foi entregue três dias após o pedido, mas nem sempre o prazo será este. Segundo Lopes, o fato de o material utilizado ser proveniente de doações ainda deixa uma incerteza nas datas de conclusão. Para a construção destas habitações são necessários madeira, telhas de fibrocimento e pregos. Os contatos para doações podem ser feitos através dos telefones 8419-2622 (Juan), 9161-8047 (Jéssica) ou 8124-8273 (Adriana). O projeto possui a página Meucaominhavida no Facebook, onde podem ser efetuados pedidos.
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